Em uma votação histórica, a Câmara aprovou neste domingo (17) a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff por, até agora, 342 votos a favor e 126 contra e seis abstenções ou faltas.O processo será encaminhado para o Senado, que precisa referendar a decisão dos deputados federais e, em seguida, julgar os crimes de responsabilidade dos quais Dilma é acusada. Mesmo sem a conclusão da votação, o impedimento atingiu os 342 votos necessários.
Caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocar em votação o processo, que, neste primeiro momento, precisará de maioria simples. Ou seja, metade mais um dos senadores presentes à sessão do plenário, que deve acontecer até 10 de maio. Concluída a próxima etapa, cria-se uma comissão especial, que julgará os crimes se responsabilidade fiscal num prazo de até 180 dias.
Neste período, Dilma será afastada de suas funções como presidente. Com os 342 votos necessários, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi aprovado pela Câmara dos Deputados, na noite deste domingo (17), em votação que começou às 16h45 (horário de MS). O processo seguirá para análise dos 81 senadores da República e a presidente está “a um passo” de deixar o comando do país.
Ao todo, 511 deputados se inscreveram para votar. Cada um deles foi chamado nominalmente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) e teve 30 segundos para dizer sim ou não em microfone instalado em frente à tribuna. O voto número 342, que confirmou a aprovação do processo, foi dado às 22h07 pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE). A votação terminou às 22h45 de MS com votação do deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL) e com placar de 367 votos a favor do impeachment e 146 contrários. Diante da derrota, o Governo terá, a partir de amanhã, de iniciar as negociações para evitar que o impeachment seja aprovado no Congresso Nacional.
A previsão é que a apreciação do processo pelos senadores aconteça até o início de maio. Dos oitos deputados federais de Mato Grosso do Sul, seis votaram a favor da saída da presidente Dilma do comando do país. Votaram a favor da saída da presidente os deputados Elizeu Dionísio (PSDB), Geraldo Resende (PSDB), Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB). O deputado Dagoberto (PDT), o único que se declarava indeciso, votou contra a saída da presidente. Pela permanência de Dilma no poder também votaram os petistas José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT e Vander Loubet.
Derrota
Pouco antes das 21h00 (horário de MS), o Governo já admitia a derrota, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de São Paulo. A grande decepção de Dilma e aliados, segundo o jornal, foi o fato da baixa ausência de deputados na votação, somente 2 dos 513 deputados não foram ao plenário. Essa era estratégia dos interlocutores do Governo para garantir votos que impedissem a aprovação do impeachment. A expectativa é que o ministro José Eduardo Cardozo faça pronunciamento em nome do Governo e Dilma deve se manifestar por meio de nota oficial.