Expectativa do comércio paraguaio com a campanha “Dólar Congelado” é atrair novamente o turista

Objetivo da campanha é trazer de volts o turista ao Paraguai

Objetivo da campanha é trazer de volta o turista ao Paraguai (Foto- Ponta Porã digital)

A promoção  “Dólar Congelado” que acontece do dia 16 de julho e terminando em 02 de agosto, com o dólar fixo e abaixo da cotação normal, tem como principal objetivo, enfrentar a forte crise que vem tomando conta do comércio do outro lado da fronteira provocando um número alto de demissões. Com a promoção, vários comerciantes acreditam que as vendas melhorem e que o turistas volte a comprar. Segundo o comerciante e idealizador da campanha Rafat Jorge Toumani, alguma coisa precisa, e deve ser feita em caráter de urgência. “O comércio do Paraguai a cada dia que passa vem enfraquecendo mais, fazendo com os comerciantes fechem suas portas e demitam seus funcionários gerando um grande problema social na região onde o comércio é o sustentáculo.

Com a alta da moeda americana, o turista perdeu o interesse de comprar importados no Paraguai, pois os preços praticados no Brasil estão praticamente no mesmo patamar. Enquanto a economia brasileira não se recuperar, quem sofre mais as consequências e o comerciante do Paraguai que sempre teve o turismo brasileiro o carro chefe do mercado. Estamos tomando todo cuidado, para que, a campanha atinja os objetivos e que, os comerciantes que aderiram realmente ofereça produtos de qualidade e o que é importante salientar, mantenha a qualidade dos produtos colocados a venda. Para isso tomamos a decisão de manter uma equipe responsável pela qualidade dos produtos, assim como pelos preços praticados, evitando problemas já registrados em promoções anteriores”, disse o empresário.

Durante a campanha o dólar que oscila hoje entre 3,30 a 3,45, serão congelarão em 2,80; 2,90; 3,00. As lojas participantes terão um selo de garantia da campanha, e uma equipe previamente contratada fará a entrega nas lojas participantes onde os comerciantes se comprometerão em colocar preços justos com o dólar congelado. O empresário garantiu a tranquilidade e transparência da promoção uma vez que as empresas participantes assinarão contrato de comprometimento e durante o evento, equipe da organização passará por todas as lojas para verificar e ainda haverá o método de avaliação, que será uma pesquisa com todos os consumidores durante e após o evento para que avaliem as lojas participantes e aquelas que obtiverem nota baixa na avaliação provavelmente não participará da edição do ano que vem.

As lojas, durante a promoção, estarão identificadas com bandeirolas e o conselho é que o empresário deixe uma parte da loja com os produtos congelados. “Alguns irão usar o próprio selo para colar nos produtos promocionais, mas devido à variedade como perfumaria, loja de pneus, de eletrônicos, de luminárias, fica difícil de se organizar, por exemplo, na loja de pneus não se tem muita exposição, diferentemente de uma loja de eletrodomésticos, então isso dependerá muito do empresário. Estamos contando com um número considerável de participantes durante a campanha,”, destacou Rafat Jorge Toumani.

Opiniões divididas 

A iniciativa de alguns comerciantes de Pedro Juan Caballero de congelar o dólar a partir do dia 16 de julho se estendendo até o dia 02 de agosto com o objetivo de pelo menos amenizar a queda brusca nas vendas de produtos importados para turistas brasileiros, vem sendo encarada de duas formas pelos comerciantes que não participam da promoção e por clientes, principalmente de Ponta Porã que tem por hábito adquirir produtos importados do outro da linha. O objetivo dos comerciantes que aderiram à campanha é manter a moeda americana que hoje supera a marca de 3,20, em 2,50 tentando dessa forma atrair novamente o turista brasileiro.

A desconfiança do turista com relação a promoção é de que, os produtos oferecidos ao preço congelado do dólar não sejam da mesma qualidade que os que são oferecidos no câmbio normal, ou ainda que os preços sejam alterados em dólares, elevando o custo do produto ao patamar do câmbio habitual. “Numa promoção feita na fronteira no ano passado, as reclamações dos turistas foram muitas, com relação ao aumento no preço dos produtos, que mesmo com os descontos oferecidos, se igualavam aos preços praticados no comércio normal”, disse um turista que constantemente visita a fronteira em busca de importados.

Outros comerciantes também do Paraguai, que não aderiram à campanha, entendem que, se venderem os produtos na cotação de 2,50 ou algo parecido, não terão como repor o estoque se comprarem a mercadoria no valor atual do dólar. “É impossível você vender um produto por cinco dólares no dólar congelado, e repor esse mesmo produto no câmbio normal. Você não tem condições de trabalhar dessa forma. Seria o mesmo que, o comerciante no Brasil vender um produto por cinco e comprar o mesmo produto por dez. Não existe matemática que dê certo”, disse um experiente comerciante da fronteira.

A cada dia que passa, a situação se torna mais difícil. Com a queda em alguns casos atingindo a casa dos 70 por cento, as demissões no comércio do lado paraguaio estão sendo inevitáveis. Já se falam em torno de 2.500 funcionários demitidos nos últimos dois meses. “Com o desaparecimento do turista, as vendas caem, e as despesas continuam. O único caminho é tentar reduzir os gastos, começando pela dispensa do funcionário, embora fazemos isso a contra gosto”, disse outro comerciante que aderiu à campanha com o objetivo de recuperar pelo menos parte dos prejuízos acumulados com a queda nas vendas.

 

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