As eleições municipais de outubro p.f., já estão batendo às nossas portas. Elas terão um significado muito importante para o conjunto da população brasileira esparramada em todos os nossos rincões. Ela é muito significativa porque as questões a serem enfrentadas e discutidas estão direcionadas ao bem estar da população de cada município. A sigla partidária nessas eleições não terão nenhum grande significado, se partirmos da premissa certa e incontestável que se tratam de instituições de direito privado, com bons propósitos, e que possuem o respaldo legal da Justiça Eleitoral. A questão que precisa ser abordada e discutida com firmeza, segurança e consciência são em relação aos nomes que estarão à frente das legendas partidárias.
Não podemos olvidar de outro vértice, que as propostas a serem apresentadas também precisam sofrer uma observação mais apurada do eleitor que deverá levar sempre em consideração o tipo de propósito para o seu oferecimento. Um plano de ação que não guarda nenhuma sintonia com a capacidade de endividamento do município e que também se constitui em verdadeira utopia para a conquista do voto popular, já não encontra mais guarida para convencer o eleitor. Essa é a fotografia mais explicita daquilo que quer, pensa e deseja o detentor do voto.
A razão é simples de ser entendida: a cidade já se disse alguém alhures é o lugar onde o cidadão mora, trabalha e procura realizar seus sonhos para oferecer uma cidade ainda melhor para os vindouros. No dia a dia, ele estará em contato direto com o seu representante político e pode realizar as cobranças necessárias para a adequação do discurso e das propostas apresentadas com as práticas diárias, que o múnus público requer.
Aqui reside a pedra angular do grande debate eleitoral. Fora desse contexto não existe espaço para oportunistas, chantagistas, estelionatários da esperança pública, muito menos o de transformar o atrevimento em disputar as eleições para reduzir o cargo pleiteado em balcão sórdido de negócios. Nada disso a população esclarecida vai aceitar. Esse o grande mérito do regime democrático que permite ao seu cidadão em reiterados pronunciamentos nas urnas deixar mais apurado o seu voto. Discursos inflamados, oradores com forte poder de persuasão e convencimento não encontrarão guarida para a consecução de seus propósitos condenáveis.
Política é sacerdócio, ações altruístas e respeitosas no que se relaciona ao comportamento ético e moral dos detentores de mandatos eletivos. Os meios de comunicação estarão sempre à disposição de todos para a fiscalização dos seus representantes políticos. É a pronta e eficaz colaboração que a imprensa livre e democrática, presta para o cidadão e para a Pátria. Ninguém mais tem o direito de errar na escolha de seus representantes políticos.
O voto soberano e sagrado do eleitor é a arma mais poderosa arma que a democracia nos oferece para mandar para o quinto dos infernos os corruptos e os ladrões do dinheiro público. E mandar com todas as suas insígnias, bordões, títulos de cidadania, e outras tantas conquistas. Está nos ditames da consciência moral de cada eleitor o reduto inexpugnável dos seus propósitos e apontar para qual direção pretende levar durante os próximos quatro anos a sua cidade favorita e que resultará sempre incrustada em cada coração o amor grande que por ela nutrimos.
* Promotor de Justiça aposentado