Para Sergio Moro é possível que petrolão esteja relacionado com assassinato de Celso Daniel

Celso Daniel foi morto em Janeiro de 2002

Celso Daniel foi morto em Janeiro de 2002

Na decisão em que autorizou a prisão temporária do empresário Ronan Maria Pinto, nesta sexta-feira, no âmbito da Operação Carbono, o juiz Sérgio Moro argumentou que “é possível” que o esquema de corrupção da Petrobras, investigado na Operação Lava Jato, “tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT)”. A 27ª fase deflagrada nesta sexta-feira, 1, também prendeu o empresário e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira.Moro acredita que propina do petróleo tenha comprado o silêncio de Ronan, dono do Diário do Grande ABC, como alegou o operador Marcos Valério, preso no mensalão, em tentativa de delação premiada. Ronan foi o beneficiário final de um empréstimo de R$ 12 milhões do banco Schahin. Valério disse que R$ 6 milhões foram repassados porque ele ameaçava envolver figurões do PT nas investigações do assassinato de Celso Daniel. “É ainda possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave”, escreve Moro.

No despacho em que determinou a prisão dos dois alvos, e a condução coercitiva de outras duas pessoas ligadas ao PT – o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman –, Moro cita um depoimento prestado pelo irmão de Celso Daniel, Bruno José Daniel, ouvido pelos procuradores da Lava Jato em janeiro. “Relatou em síntese que, após o homicídio, lhe foi relatada a existência desse esquema criminoso e que envolvia repasses de parte dos valores da extorsão ao Partido dos Trabalhadores. O fato lhe teria sido relatado por Gilberto Carvalho e por Miriam Belchior (ex-ministros de Dilma). O destinatário dos valores devidos ao Partido dos Trabalhadores seria José Dirceu de Oliveira e Silva”, registra Moro. “Levantou (o irmão de Celso Daniel) suspeitas ainda sobre o possível envolvimento de Sergio Gomes da Silva no homicídio do irmão. Declarou não ter conhecimento do envolvimento de Ronan Maria Pinto no episódio ou de extorsão por ele praticada contra o Partido dos Trabalhadores.”

Celso Daniel

O operador do mensalão Marcos Valério afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal, em 2012, que o PT teria pedido a ele que providenciasse R$ 6 milhões para destinar a Ronan Maria Pinto. Segundo Valério, o empresário estaria chantageando o ex-presidente Lula, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu. Ronam Maria teria informações comprometedoras a revelar sobre a morte de Celso Daniel. Em nota, a assessoria de imprensa de Ronan Maria Pinto diz que ele “sempre esteve à disposição das autoridades de forma a esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da operação Lava Jato” e que “todas as denúncias que o envolveram ao longo dos anos foram ou estão sendo investigadas e Ronan Maria Pinto vem sendo defendido e absolvido”.

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